sexta-feira, 2 de abril de 2010

A INTRODUÇÃO E UTILIZAÇÃO DA ENERGIA A VAPOR NA SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A grande saga humana, em relação ao crescimento, desenvolvimento e amplitude de agregação de novas tecnologias e suas características fundamentais na aplicação de sua necessidade/modernidade levou o homem à utilização de meios e recursos disponibilizados não por ele mesmo, mas pelo que sempre esteve a sua volta: O meio ao qual ele também está inserido. A energia e sua evolução é um exemplo desse desenvolvimento e crescimento infindável. São várias as fontes fornecedoras do produto, são diversas as maneiras de sua extração e variada a aplicabilidade das múltiplas qualidades de energia.
Nas Revoluções Industriais dos séculos XVIII e XIX, temos uma ilustração deste processo onde ocorreu a ampliação da substituição da energia humana e animal pela inanimada, com eficiência multiplicada; a aceleração da troca da capacidade humana por instrumentos mecânicos; e a descoberta e/ou melhoria de métodos de obtenção e elaboração de matérias primas. Com a revolução industrial surge também, além do desenvolvimento do transporte e da comunicação, da mecanização da indústria e da agricultura, o desenvolvimento do sistema fabril, com o uso da energia a vapor que esteve nesse processo evolutivo, onde sempre uma nova, e melhor, energia dá lugar a inovadores projetos que visão diminuição de gastos, o aumento da produtividade, o crescimento da qualidade e principalmente a redução de esforços humanos.
Energia implica em transformação de elementos. A energia a vapor é um processo de extração onde há queima de um determinado elemento (combustível), ou quando há utilização de um meio qualquer que cause o aquecimento de maneira a resultar vapor, o produto que gera a energia. O processo de energia a vapor, também conhecida como energia calorífica, é a obtenção, através do calor, a energia.
Abaixo podemos observar um exemplo do esquema de extração e utilização da energia a vapor:





A pressão adquirida pelo vapor é utilizada para deslocar êmbolos (pistão) que permite o movimento das rodas. Pode ainda ser empregada, pela transformação em energia cinética, ou energia de movimento, em imensas turbinas que impulsionam geradores elétricos e até locomotivas, por exemplo.
As primeira máquinas movidas por tal energia são construídas por Thomas Savery em 1698 (bomba para drenagem de água de mina) e por Thomas Newcomen (bombas de esvaziamento de infiltrações em minas), porém é na interface entre as duas revoluções que surge o início da aplicabilidade nas indústrias.
O desenvolvimento da máquina a vapor no século XVIII contribuiu para a expansão da indústria moderna. Até então, os trabalhadores era executados na dependência exclusiva da potência dos músculos dos operários e da energia animal. Do vento ou da água. Uma única máquina à vapor realizava o trabalho de centenas de cavalos. Fornecia a energia necessária para acionar todas as máquinas de uma fábrica. Uma locomotiva a vapor podia deslocar cargas pesadas a grande distância em um único dia. Os navios a vapor ofereciam transporte rápido, econômico e seguro.
Depois da primeira revolução industrial continuaram a ocorrer avanços contínuo, apesar de não revolucionários, na indústria têxtil. Um exemplo destes avanços eram as novas patentes que subiram cerca de 400% entre 1800 a 1840 na indústria do algodão. Foi adotada então a energia a vapor, porém como as exigências não eram grandes, até 1838 um quarto da energia ainda era de fonte hidráulica (Hobsbawm, 1968, p. 56).
Podemos dizer que a utilização da energia a vapor encontra-se justamente na transição das revoluções. Ela inicia-se justamente entre o final do período da primeira revolução e o início da segunda revolução industrial e é fruto das idéias de crescimento contínuo, porém não revolucionário, onde se deu a invenção da máquina a vapor, que substitui as fontes tradicionais de energia mecânica, como a roda de água, a roda de vento e a tração animal.
A partir da última metade do século XIX pode-se dizer que houve uma Segunda Revolução Industrial. Enquanto a Primeira baseou-se, ou seja, começa-se a idealizar pontos, na energia a vapor do carvão e no ferro, a Segunda revolução remete na eletricidade e no aço, estas inovações, não substituíram plenamente as antigas, tendo somente começado a se destacar, enquanto sua plena realização ocorreu apenas no século XX. Por isso que a concentração e histórico de desenvolvimento da energia a vapor surgem como focos da segunda revolução industrial.


Bibliografia:

CIPOLLA, Carlo M. (1974). História Econômica da População Mundial. Rio de Janeiro: Zahar, 1977.

HENDERSON, William O. (1969). A Revolução Industrial: 1780-1914. São Paulo: Verbo e Ed. da USP, 1979.

HOBSBAWM, Eric J. (1961). A Era das Revoluções: 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.

HOBSBAWM, Eric J. (1968). Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1983.

MANTOUX, Paul (1928). A Revolução Industrial no Século XVIII. São Paulo: HUCITEC, sd.


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